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O Homem Gama: uma crônica sobre Zé do Gás, nosso torcedor Nº 1

Os gamenses certamente conhecem Antônio Teles, ou, como é conhecido na bancada do Bezerrão, Zé do Gás. Aqui, tiraremos o chapéu no mais profundo respeito, nos dirigiremos a ele simplesmente por Zé.

Zé é um sujeito simples, como é toda gente que sê vê por aí, andando na rua e vivendo a vida honestamente. Ele sai de sua casa, vai à padaria, faz uma caminhada, almoça no Gama Shopping e desbrava todas as veias de sua cidade, que jamais seria a mesma sem a sua presença. Dentre todas as peças o que compõem seu cotidiano, tem aquela que é a preferida de Seu Zé: ir ao jogo do Gama.

Voltou ao Bezerrão na noite do dia 29 de janeiro, após um tempo longe, e viu a vitória do alviverde. Assistiu tudo do alto, como os antigos heróis que honravam suas nações, observando a todos, dispondo de privilegiada visão e munido de seu manto verde e branco. Seu Zé tem um forte coração. Sustentou bem todo aquele sufoco que foi até o gol de Fabinho, no finalzinho da peleja, a garantia do segundo triunfo gamense no estadual.

Mas emoções ele já viveu muitas. Seu Zé esteve presente em fevereiro de 76, na primeira partida disputada pelo Gama na história. Assim como no ano seguinte, em 77, quando com suas próprias economias comprou sacos de cimento e ajudou a carregar os tijolos. Assim, Zé ajudou a levantar os muros do recém nascido Bezerrão. Já teve de vender uma panela para poder ir assistir a uma partida do Gamão do Povão, isso é uma história que conta orgulhoso. Poderíamos ficar horas aqui. Histórias não faltam a Zé.

E mesmo que não esteja fisicamente presente, é impossível não associar a imagem de Seu Zé ao Gama. Até porque, nem se quiséssemos conseguiríamos separar os dois: Zé é Gama e o Gama é Zé. Não é por acaso que em seu casaco verde e branco estão bordadas, às costas, as palavras "Torcedor Nº 1". Sua alcunha, "Zé do Gás", fica logo abaixo do escudo. Honra a quem tem honra.

Nada é por acaso, senhoras e senhores. Zé do Gás não calejou a própria mão para ajudar a levantar o coliseu do alviverde sem um motivo. Zé foi escolhido, carrega consigo a sua aura, que é a aura de um verdadeiro campeão. A "Alma Gamense", como bem estabeleceu o zagueiro Emerson, ídolo alviverde.

Foi das mãos do defensor que Seu Zé recebeu o reconhecimento pelo amor incondicional de tantas décadas. Ele certamente esteve presente quando o ídolo debutou nos gramados com a camisa alviverde, e logicamente quando o zagueiro foi campeão em 2003. Hoje, experiente e incontestável, Emerson se torna uma criança ao lado de Zé, com seus cabelos brancos e sua vitalidade alviverde.

Bati muito na tecla do "estar presente", pois não poderia ser diferente. Nas palavras de Seu Zé, "se o Gama estiver lá em baixo, lá eu estarei com ele. Se subir, eu subo junto". Não importa como, Zé do Gás sempre estará em sua cadeira, representando a Sociedade Esportiva do Gama, com sua carteirinha de primeiro torcedor.

Dos quadros nas paredes de sua casa, com retratos pintados à mãos por talentosos artistas que o retrataram ao lado do imponente escudo do Gama, às belíssimas camisas de sua longa coleção. O importante documento onde está postulado "Certificado de Associado", se torna um mero papel nas mãos de Antônio Teles Sobrinho, o torcedor nº 1 da maior agremiação esportiva do Distrito Federal.

Zé do Gás é, portanto, o Homem Gama.

Vida longa, Seu Zé.